quarta-feira, 1 de maio de 2013

Me inspirando no desconhecido


Manhã de uma terça-feira. O sol estava a nascer, trazendo uma forte brisa do mar em direção à calçada, que ficava logo ali. Onde terminava a onda começava a escada.
Encontrava-me a vagar entre as pessoas, com olhos inquietos, pois procurava um detalhe, não um qualquer,  um especial. O bastante para ter mérito de uma crônica. Quando de repente o avistei. Ele estava de costas pra mim. Fitei meus olhos nele, e passei a observá-lo. Era um homem simples, de meia idade, porém, a paisagem o transformava em uma criança, com olhos virgens para tamanha beleza. Olhava o horizonte de uma maneira particular. Enxergava mais do que os meus olhos podiam ver, pois havia admiração com intensidade, pureza.
A cada onda, seu peito se enchia de entusiasmo. Inclinava levemente o rosto, como se tentasse sentir a fragrância da brisa, do mar, da areia. A cada ação dessa, que se repetia como as ondas, ele que estava escorado com os cotovelos  na mureta de proteção, erguia-se.
Então me aproximei e pude perceber tudo. O homem é de uma região que não tem mar. De um lugar onde as belezas naturais são totalmente diferentes. O homem que não reconheci, que contemplava aquele momento como único, era meu professor.

Um comentário:

  1. Olá Betânia!
    Gostei de seu texto. Vc escreve muito bem. Apenas uma curiosidade: o Clevilson gostou de saber que é pessoa de "meia idade"? rs.......rs.......
    Brincadeiras á parte, vc é mesmo um exemplo a ser seguido!
    []s,
    Gleice

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