segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Um caso de Bobo

                   
                                                                                                                    por Betânia Lopes

A manhã começara tão quente que chegaria a assar um frango se ele fosse posto a mercê dos raios solares. Até os cactos estavam em risco de morrerem de tão intenso que estava o calor.
Encontrava-me em uma leitura prazerosa, quando foi interrompido por um ‘’ Ôôô de casa!!’’ Olho para o portão e adivinha com quem me deparo??  Como o Bobo, aff. Seu nome de fato é Jon, Bobo é apenas um apelido carinhoso que adotei quando me refiro a ele. Um garoto baixo, gordo, com a cara que se assemelha a um cavalo e quando anda parece uma minhoca dançante.  Só ele mesmo pra ficar a desfilar na rua, naquele sol de rachar. Bem que... A essas horas, o sol já deveria ter feito um almoço pra ele: cérebro cozido.
Bobo era uma espécie de pessoa que quando pedia aos pais para que passasse um dia na casa dos amigos, eles lhe empurravam uma mala e pediam para passar a semana toda. Quando ia a biblioteca, a bibliotecária desmaiava achando que ele era um monstro que saiu do gibi. Só passava de série na escola porque a professora dava-lhe nota, pois não suportaria lhe dar aula durante outro ano letivo.
E agora estava ele ali, no meu portão. Com o cabelo penteado ao meio, um sorriso suspeito e olhando fixamente em minha direção. Coloco o livro e os óculos na estante, levanto da poltrona e pergunto-lhe:
- O que deseja Bobo?- Ele arregalou os olhos e disse:
- Eureca! Encontrei o gênio sem esfregar a lâmpada!